Minha pele também é preta
Porque a raça humana é uma só
Sou negra, sou branca, sou amarela
Não importa qual é a minha cor
Minha pele também é preta
Em vez de folclore
Quero a minha cidadania
Passei por muitas senzalas
Correntes, açoites e ventanias
Negras rezadeiras
Negras benzedeiras
Negras cozinheiras
Negras artistas
Negras lutadoras
Negras professoras
Mães negras
Do passado,
Tiram sabedoria
Do presente,
São mulheres guerreiras
Que constroem resistências,
identidades culturais,
espaços de igualdade
e de liberdade sem fronteiras
Minha pele também é preta
Como é a pele de quem luta
Contra o preconceito
Contra a violência
Contra a hipocrisia
Contra o desalento
Minha pele também é preta
Mas a minha alma não tem cor
Nela cabem todas as etnias
Mas nenhum conformismo
Mas nenhuma injustiça
Mas nenhuma discriminação
Mas nenhum tipo de racismo
Minha pele também é preta
Porém meu sangue é vermelho
Vermelho de paixão
Minha paixão é a história de minha vida
E minha vida é luta incessante e contagiante
Pelo respeito à diversidade e às diferenças
Todos somos um num arco-íris de amor
Tânia Marques em 19/11/2011