Tecida a teia
o poder se manifesta
a aranha trama
uma sepultura de dor
dor elíptica
que sangra no escuro
dor que amordaça de dia
dor que amarra nas suas entranhas
dor que inferniza a vítima
dor que infla-ego dos algozes
correlação de forças
correlação de forças
O microfascismo aprisiona calado
potenciais de vida
de vida liberta,
parida de subjetividades
é estúpido, cruel, inválido
invasivo
bullying
assédio moral
violência doméstica
assédio sexual
discriminação
preconceito
aversões múltiplas
realidades forjadas
pelo discurso demagógico
pelo açoite das palavras
dos gestos
dos gritos
numa teia que não é de aranha
mas de relações
deploráveis
injustificáveis
intensificáveis
num poder coercitivo
de abuso capilar
molecular
invisível
Tânia Marques 21 de abril de 2011
3 comentários:
bELÍSSIMO, tÂNIA, A POESIA É FORÇA INSURGENTE QUE METRALHA A ESCURIDÃO, ABRE CLAREIRAS... aBRAÇOS, COM CARINHO, JORGE
Ah!, menina Tânia..., só posso saudá-la com palavras atemporais, imemoriais, perdidas nas eras... E as que virão, ao pó alimentar, quem sabe, uma roseira. Nisso se enquadra Microfascismo, grito universal de indignação, todavia e enfim, um poema de amor. Jamais pare de escrever, despojando-se dos rótulos.
Abraços.
Diante de tão bela ppoesia eu percebo que tenho que melhorar
ainda mais o meu trabalho.
Parabens!
Obra prima!
Poema perfeito.
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