.num tear de ilusões fugidias, eu desenrolo o novelo dos enganos imanentes do amor. farsa promíscua e irreparável, espelhada diante de um presente inconsistente. há que se soltar o fio enrolado até chegar-se ao nirvana sentimental. sensações amiúde invisíveis são aquelas que rastejam a lama ulterior ao cio. os afagos das palavras gementes abafam vidas nada suaves, inconstantes, divinamente cooptadas pela alegoria de um vir a ser poético numa derradeira antropofagia mística. as palavras masculinas comem as mulheres pelos ouvidos, penetram nos seus corações solitários, libertando libidos telepáticas, antipáticas, pois estão minimizadas pelas distâncias corpóreas. não te quero em mim invenção, imaginação criadora, porque preciso tecer uma cama de beijos e paixões vibrantes nas entranhas da carne. o desejo é volátil sedução, cega compulsão, teus lábios a roçar minhas coxas, delírios de cavalgadas noturnas. teu hálito refresca a boca minha, teus olhos discorrem sobre encantos estivais... e a lua? a lua esvaece extasiada ao clarear o dia. teu sono é orvalho em rosa, e os meus sentidos navegam docemente sobre o teu sexo. desenrolo o novelo das histórias passadas, para voar mais alto no presente, tão intensamente quanto o vento me levar. há quem precise atravessar mares de solitude para em ti chegar, há quem precise somente do vento para sonhar.
Tânia Marques 10 de maio de 2011
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2 comentários:
Tãnia, querida, desejo-lhe e nós, que usufruímos da riqueza e beleza do seu trabalho que ele floresça e permaneça belo é caminho de vida-liberdade , como sempre foi e será. Abraços com carinho, Jorge
Amiga,
já estou seguindo seu novo blog.
Ás vezes devassamos o invisível em trajetória das lembranças de um amor.
Nos vem a vontade de viver esse amor em plenitude e com urgências, mesmo atravessando oceanos.
Beijo, amiga.
Tenha uma linda tarde.
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