e nascerá...
um sopro de inspiração consciente
uma vida numa antilógica burguesa
uma educação ético-estética que romperá
a primazia do “ter” sobre o “ser”
e seremos mais contemplativos
menos prisioneiros
mais arteiros
feiticeiros das palavras
e crescerão...
mil possibilidades da existência humana
a partir da sensibilidade e da criatividade,
destruindo a lógica capitalista:
excludente, fascista e fatidicamente cruel
perversamente “correta”
discursivamente autoritária
imperativamente linguística
e viverão...
hedonisticamente em comunhão
todos aqueles que lutarem
persistentemente pela libertação
das normas
das regras e das exceções
da sintaxe
das amarras do não-porvir
em nome da precisão
terão eles
teremos nós
o prazer de ler, o desejo de escrever e a vontade de registrar
tão belas, as sensações sentidas
tão caótica, a ordem celestial
tão feroz, a fuga da prisão gramatical
após partir para o infinito,
da vida como matéria
surgirão efeitos delirantes
para reinventar a linguagem
sem paradigmas articulados
sem frases feitas, sem minorias
sem limites sintáticos, sem maiorias
tudo isso, e tanto mais, em nome
de uma nova operação poética:
a estética deleuzeana
Tânia Marques 03 de abril de 2010
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