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Este blog destina-se à publicação do meu devir-poético, dos meus poemas, devaneios surreais, prosas-delícias-poéticas, estados de espírito-inspiração, utopias, sonhos, rizomas que a arte literária possibilita para o desterritório de subjetividades, para efetivar uma singularidade por meio do prazer estético que a escrita e a leitura possibilitam.
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quarta-feira, 31 de março de 2010

Meus versos para Michel Foucault

(...) o homem de que nos falam e que nos convidam a liberar já é em si mesmo o efeito de uma sujeição bem mais profunda que ele. Uma ‘alma’ o habita e o leva à existência, que é ela mesma uma peça no domínio exercido pelo poder sobre o corpo. A alma, efeito e instrumento de uma anatomia política; a alma, prisão do corpo. (FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.)
     
Foucault, eu juro que não quero incomodar-te
Com esta composição que tem certa simetria
Mas quero registrar nela muito daquilo que falaste
A respeito do sujeito e da sua idolatria

Sei que detestavas o culto à personalidade
E nisso eu concordo contigo indubitavelmente
Somente uma reflexão crítica sobre a verdade
Poderá levar o sujeito a rebelar-se totalmente

Da normalização do sujeito à questão dos poderes
Melhor do que tu, ninguém soube explicar
Subjetividade no plural para a produção dos saberes
Jogos de verdade, nós devemos também agenciar

Cada indivíduo que se submete ao discurso do poder
Não tem consciência da sua sujeição e da sua domesticação
Por isso, é preciso escapar do “olho vigilante”, a saber
A fim de libertar-se das estruturas de domínio e mortificação

Foucault, eu agradeço a ti os teus estudos maravilhosos
Toda a tua contribuição filosófica sobre governamentalidade
A história da loucura e o cuidado de si são teus escritos preciosos
Incluindo a arqueologia do saber e a história da sexualidade


Tânia Marques 17/07/09
Fonte da imagem: deusnagaragem.ateus.net/.../

poema deleuzeano

Paul Klee, Highway and Byways (1929)
Oil on canvas, 32 5/8 x 26 3/8
Pensamento sem imagem
Anarquia mental
Libertação total
de paradigmas territoriais
Palavras, textos, obras
falando por si só
a estética do nonsense
para dar significado
àquilo que nos amarra
que aprisiona as nossas singularidades
Nasce um poema deleuzeano
longe do lugar-comum
pois a criação
é uma nova possibilidade
de vida não-fascista
sem rótulos
sem marcas
sem estéticas corrompidas
o imprevisível
o intempestivo
surgindo para engendrar
uma beleza que não esteja subjugada ao poder
Milhões de incertezas brotando
Para fazer a diferença das diferenças
Luta filosófica ferrenha
entre palavras e sentidos
Eis um poema deleuzeano...

Tânia Marques 12/07/09

terça-feira, 30 de março de 2010

world time


o tempo
         vira as esquinas de um mundo que fomenta o novo, que renova de novo, para não envelhecer.  

velho
          é quem mede o tempo apenas  pelo relógio e pelo calendário, descuidando-se de  ficar a namorar as estrelas, o sol e a lua.

Tânia Marques 29/03/2010

Fonte da imagem: Imagens Google

falsa epifania

a obviedade é ridícula, porque ela subestima a capacidade de pensar de outra forma, que não seja aquela concebida pelo senso comum. tudo está claro demais, tudo é demasiadamente alvo. pensa. não preciso dizer que te amo, não necessito ouvir a tua falaciosa sintaxe, surrada pelo uso constante de eufemismos anestésicos. no amor sou contradição pequena, mas vivo a metarmofose e a catarse de ser gente grande que ainda resiste ao soar íntimo do toque de recolher. tu não sabes escutar o meu silêncio.

Tânia Marques 29/03/2010

Fonte da imagem:

segunda-feira, 29 de março de 2010

espelhos


.espelhos refletem imagens, que se desdobram em realidades subjetivas e 
afrontam segredos de ambíguos momentos.

Tânia Marques 28/03/2010
Fonte da imagem: http://reviveremversos.blogspot.com

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