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Este blog destina-se à publicação do meu devir-poético, dos meus poemas, devaneios surreais, prosas-delícias-poéticas, estados de espírito-inspiração, utopias, sonhos, rizomas que a arte literária possibilita para o desterritório de subjetividades, para efetivar uma singularidade por meio do prazer estético que a escrita e a leitura possibilitam.
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sexta-feira, 29 de abril de 2011

usura


o limite ajusta o homem
na maioria das vezes
onde ele não quer estar
seu corpo é um cárcere sem chaves
por isso ele não consegue ousar
desobedecer
romper sua barreira orgânica
rebelar-se
desterritorializar-se
e do limite
suas linhas não conseguem fugir
mas mesmo assim
ele diz que tem liberdade

não há liberdade
sem ruptura
não há liberdade
na clausura
não há liberdade
quando a vida é fruto da usura.

Tânia Marques 29 de abril de 2011

Fonte da imagem: 8anoaomelhor.blogspot.com

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Microfascismo


Tecida a teia
o poder se manifesta
a aranha trama
uma sepultura de dor
dor elíptica
que sangra no escuro
dor que amordaça de dia
dor que amarra nas suas entranhas
dor que inferniza a vítima
dor que infla-ego dos algozes
correlação de forças

O microfascismo aprisiona calado
potenciais de vida
de vida liberta,
parida de subjetividades
é estúpido, cruel, inválido
invasivo
bullying
assédio moral
violência doméstica
assédio sexual
discriminação
preconceito
aversões múltiplas
realidades forjadas
pelo discurso demagógico
pelo açoite das palavras
dos gestos
dos gritos
numa teia que não é de aranha
mas de relações
deploráveis
injustificáveis
intensificáveis
num poder coercitivo
de abuso capilar
molecular
invisível

Tânia Marques  21 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O a-mar

No mar eu encontro
ondas que me trazem
o encontro da paz tão almejada
ondas que levam aos anjos
os meus desejos infinitos de amor

No mar eu contemplo
o reflexo do sol que me consola
os pingos da chuva que me inspiram
o voo das gaivotas que espionam minhas dores

No mar eu deposito
a confiança dos meus conflitos
do mar eu recebo a esperança da juventude
ao mar eu lanço o olhar da minha alma
do mar eu ganho auxílio para minhas fraquezas
no mar eu despejo as minhas dúvidas e incertezas

O a-mar é reticente
Mesmo assim, pergunto ao oceano:
o que é a-mar?
É uma transcendência cósmica
que me põe em contato com o outro
para que eu venha a me apaixonar.


Tânia Marques 07 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

ilusões temporárias

o mar revolto
daságua dissabores
rebeldia infinita
desejos revelados
no silêncio da lua
sonhos derretidos pelo sol
passos na areia perdidos
vida dissolvida
ao léu
sem véu
coberta por um céu de inverno
infernal solidão humana
que sacode múltiplas possibilidades
a felicidade nasce no mar
no mar de ilusões temporárias
a vida afoga-se na instantaneidade
pondo fim à humanidade

Tânia Marques 05 de abril de 2011

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