Minhas falas no Facebook em poema... obrigada aos interluctores!
clichês, clichês... mais clichês!
temos que desformatar,
desterritorializar em nome do devir-passarinho...
voar, voar, voar e sonhar... para devir novos devires
as sensações... são as melhores possíveis,
porque elas não têm direção
não amarram, mas desatam os nós das hipocrisias,
dos fingimentos institucionais
devir-passarada, devir-passarão, devir-passarinho
sem céu demarcado, sem chão para se enraizar
sensações, desejos, imensidões infinitas de alegrias
e, nas asas desse pássaro-verdade-vermelho,
eu me jogo e sobrevoo o tempo perdido,
pensando que o tempo estava achado,
estava chocando,
um tempo de hibernação que impulsiona os sentimentos ao caos
e depois à libertação...
...na pluralidade e na singularidade da vida que sempre vem nova, sem lado certo, sem jeito certo, onde o sul de nossos corações falam mais alto do que o norte da nossa imbecilidade, viremos os mapas de cabeça pra baixo,
a verdade, onde está a verdade? na grama? na cama? no corpo? na alma?
somos passarinhos das multiplicidades, não precisamos cumprir um roteiro preestabelecido,
porque nos fortalecemos nos devires-paixão,
nos efeitos sinestésicos
"somos desejo e ação"... emoção
somos puro êxtase metamorfoseante!
somos o que quisermos ser,
mas com muita liberdade de aterrissar em jardins que nos acolhem...
existem jardins que ficam perto, e outros, longe do nosso vôo,
por onde queremos transitar?
vamos nos deixar afetar e afectar, para o desfazimento do bruto
sabemos que o devir é, às vezes, muito forte, incontrolável, passarinhos indecifráveis,
voos de asa-delta colorida.
Tânia Marques 18 de setembro de 2011