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Este blog destina-se à publicação do meu devir-poético, dos meus poemas, devaneios surreais, prosas-delícias-poéticas, estados de espírito-inspiração, utopias, sonhos, rizomas que a arte literária possibilita para o desterritório de subjetividades, para efetivar uma singularidade por meio do prazer estético que a escrita e a leitura possibilitam.
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terça-feira, 27 de abril de 2010

.existo.


.existem nuanças de existir, existem cores para existir... eu existo no que escrevo, eu existo no que leio, eu existo na criação, eu existo em você, e sem você também, singularmente, eu existo mesmo que não me vejam, mesmo que não gostem de mim, ou gostem, eu existo na liberdade, eu existo na dúvida, eu existo na contramão, eu existo na sua companhia, eu existo na solidão, eu existo na multidão, eu existo, mormente, na razão, eu existo sem exatidão, eu existo na poesia, eu existo no sonho, eu existo no discurso, eu existo na subjetividade, eu existo no seu olhar, eu existo na linearidade, eu existo aqui... stop! é o aqui que importa.

Tânia Marques
Fonte da imagem: arquivo pessoal

quinta-feira, 22 de abril de 2010

tensão deleuzeana

criar textos escritos sem pensar em paradigmas linguísticos preestabelecidos é uma possibilidade imanente, um devir desejoso de libertação intelectual, de negação a qualquer tipo de submissão a regras gramaticais. mas de que jeito ocorrerá a comunicação? as palavras nascerão a partir de um novo sistema organizado de signos? ou o atual será desrespeitado? surreal ou dadaísta essa tensão?

Tânia Marques 21 de abril de 2010


Fonte da imagem:
www.gdhpress.com.br/blog/entendendo-eletricidade

anacronismo

um silêncio absurdo é quebrado pelo meu pensamento. o chocalhar das ideias rompe o espetáculo da taciturnidade maldita. a minha respiração é violenta, a nossa crença é fugaz, assim como é este estado de espírito errante, que despeja, em cada instante poento, confetes sujos de alegrias passadas. um grito de dor. perfume, florais, aromas refrescam a nossa inspiração vascilante entre o desejo do novo e o anacronismo do tempo. do tempo pretérito...

Tânia Marques 11/01/2010

Fonte da imagem:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

caos poético

Vêm à tona desejos imersos no inconsciente
Falar é um ato explosivo, pois quebra o silêncio
O registro poético vomita a solidão
As palavras deixam marcas violentas no papel
Elas vêm do subjetivo mal-estar nonsense
Imperativo da pós-modernidade
Vida agreste, sentimentos rupestres
Coração bate-rebate aflições
Enganos tortos à meia-noite
Prismas desiguais da mesma verdade
Penso distante daquilo que sentes
Recuso a tua boca
Viajo
tu ficas quieto
Falar é um ato explosivo, pois quebra o silêncio


Tânia Marques 02 de novembro de 2009
Fonte da imagem:

domingo, 18 de abril de 2010

"graffiti"

Arte urbana: espaço alternativo
Fonte das imagens: arquivo pessoal.

Outono: doce estação!

Já é outono.
Os plátanos começaram a amarelar.
Daqui a pouco, estarão completamente nus.

Tânia Marques  18 de abril de 2010
Fonte da imagem: arquivo pessoal.

sábado, 17 de abril de 2010

um poema

um poema, uma brecha
nele, registros de subjetividades
objetivos sensíveis à vista
anestesias para as dores da vida
conforto para os males do espírito

um poema, um estado de alma
uma implosão de aprisionamentos
uma explosão de liberdades
uma procura de sentidos coloridos
uma noite de chuva
um beijo na boca

Tânia Marques 07 de abril de 2010.

Fonte da imagem:
Caminhos Cruzados
Acrílica sobre tela - Antônio Mendes

solidão

Fonte da imagem: arquivo pessoal /2010.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Poemas metalinguísticos

"Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial".
Virginia Woolf

Por que eu escrevo tantos poemas metalinguísticos se poemas não precisam de explicação? Escrevo para romper os paradigmas, escrevo do jeito que vem e vão as ideias. Escrevo para me sentir viva, escrevo por necessidade de esgotar possibilidades criativas - mas elas não cessam - escrevo por encantamento, por fruição, por amor às palavras. As palavras são minhas amigas, elas permitem que eu brinque com elas. Com algumas eu jogo, com outras eu quebro o silêncio, e até bato no chão. As palavras não representam nada, elas se apresentam, ora suaves e lindas, ora tristes e pesadas. Os versos e reversos, plenos de vida ou vazios  de morte, mágoas, angústias e docilidades, tudo isso jogado no texto, dormindo no texto. As estrofes inexistem na exatidão milimétrica da forma pronta, acabada, casada, rimada.  A poesia é poema andarilho que se desdobra até chegar à prosa. Chega de pensar como seria o mundo sem a poesia, porque a poesia não seria nada sem as palavras, as minhas amigas.

Tânia Marques 15 de abril de 2010.

Fonte da imagem: 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diluição pó-ética

Voar pela doce brisa
Que acaricia meus pensamentos insólitos
Patéticas reflexões se escondem
Camuflando a amargura do desencanto
Nada é mais confiável
A humanidade foi engolida pelo monstro e não sabe
Senti um cheiro podre
Evaporando da embalagem
Difícil de digerir tamanha submissão
Vidas perdidas por conta da aflição
Tensão pós-moderna concentrada
Versos delirantes
Voantes
Voa antes
Que o mundo acabe
no supermercado!
Tânia Marques 14 de abril de 2010

Fonte da imagem:

terça-feira, 13 de abril de 2010

discorrendo sobre a minha arte ...

se os meus escritos literários não produzissem estranhamento, meu texto seria convencional e estaria próximo da relação leitor e o modo comum como ele percebe o mundo. mas, meu olhar volta-se para a fruição estética, pois preciso dar a conhecer o mundo como sensação, visão, efeitos sensoriais, inventividade, e não como reconhecimento, já que predominam em mim um processo de singularização e uma tendência a obscurecer a forma em detrimento da percepção. eu sou o mundo expresso pelos meus sentidos e não o represento pela minha feliz capacidade de governar-me. a obviedade é medíocre, porque não provoca a aproximação do leitor à subjetividade autoral. subentendo que as minhas palavras sejam incógnitas errantes  e que, em alguns momentos, apareçam associadas a um mal-estar interior e, noutros, a um não-sei-bem-o-quê de entusiasmo metafórico ou de simbolismo rastreado por pinturas surreais, que possibilitam a formação de imagens contextualizadas com pura emoção. vivamos a nossa liberdade de pensar e de expressar aquilo que nos dá sentido à existência.

Tânia Marques 13 de abril de 2010

Fonte da imagem:
http://eugeniabatista.blogspot.com/2009/06/o-hipertexto.html

domingo, 11 de abril de 2010

.a vida sem rimas.

.a vida sem rimas, as palavras sem vida, as rimas sem palavras, niilismo poético, nonsense pós-moderno... anarquismo sem fronteiras, desobrigação sistemática, explosão literária, exclusão de domínios que obstruem a arte, licença absoluta para a criação que subexiste no inconsciente enfeitiçada de significados, multiplicidade de eus na diluição total de sentimentos e de efeitos sinestésicos.

Tânia Marques 11 de abril de 2010
Fonte da imagem:  Cavall, pipa i flor vermella (1920)
Joan Miró

quinta-feira, 8 de abril de 2010

abstrato

escrever liberta sentimentos
quando a palavra tenta
apenas tenta
cimentar
a multiplicidade
poetar
o intocável
o irrecuperável
o inaudível
o impensável
o indefinível
o abstrato...

depois de parida
a palavra pode transformar-se
numa faca a penetrar inverdades
rasgando as mentirosas obviedades

eis, pois, aquilo que nunca toca a pele
mas que anuncia o seu poder no abstrato: a palavra

Tânia Marques   08 de abril de 2010
Revisado em 17/05/2019

Pintura digital abstrata de Angel Estevez

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Spencer Tunick: o fotógrafo do nu artístico das multidões

Desde 1992, Spencer Tunick documenta a nudez de multidões. A sua proposta é uma mistura de performance coletiva e fotografia. As suas instalações consistem de dezenas, centenas, ou mesmo, milhares de figurantes voluntários, que posam em locais públicos, tornando as fotografias um documentário do evento em si. Saiba mais... clique no link abaixo.


“Observa-se o resgate deste corpo – imperfeito, nu e exposto no espaço urbano – associado à idéia de um ato de libertação e resistência (entendida em termos foucaultianos como um “interlocutor irredutível” nas relações de poder), capaz de questionar e transgredir os códigos sociais normativos que regulam a sua exposição. Numa apreciação inicial do tema, no entanto, consideramos que o que em termos individuais representa uma experiência cultural significativa pode estar inserido em uma lógica onde os múltiplos discursos sobre o corpo atendem a mecanismos de poder amplamente difundidos nas sociedades modernas”. (Fábio Ramalho).
“Tem-se, assim, um sentido construído ao longo do percurso de realização da obra que se fundamenta na noção de um trabalho essencialmente coletivo, de interação, e cujo elemento de maior significação reside no ato de despir-se que, por sua vez, alude à quebra das normas e códigos que regulam a exibição dos corpos publicamente. Quebra associada a ideais de auto-afirmação – reconhecimento e valorização de particularidades, detalhes da anatomia, características pessoais de comportamento e atitude que são expressas neste ato, bem como a manifestação de uma forma peculiar de se relacionar com o entorno – e também de libertação – transgressão às normas sociais de conduta, novos usos do espaço público, despojamento de roupas, acessórios e outros elementos culturais de identificação e distinção social, ou até mesmo o sentimento (mesmo que momentâneo) de supressão do distanciamento entre corpo e artificialismo da paisagem.” (Fábio Ramalho).
Referências:

RAMALHO, Fábio. As ambiguidades da resistência: indivíduo, corpo e poder nas instalações urbanas de Spencer Tunick. Artigo disponível em: http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/view/8/9. Acesso em 23 jan. 2010.

Fonte das imagens:

www.yahoo.com.br/imagens
http://fottus.com/pessoas/nu-artistico-por-spencer-tunick/

Artistar

Artistar

Corpos desenham seus espaços
Contagiam seus desejos
Libertam suas cores
Psicodélicos momentos
De gritos fantásticos
Magias noturnas
Pensamentos nômades
Moléculas de criação
Reflexões transcendentes
Abstrações marginais
Devires-revolucionários
Gozo dicotômico
Mística cósmica
Era de Aquário
Multifacetada de prazeres
Verdade esfacelada
Linha indiscernível
Combinações sinestésicas
Por uma ética não fascista
Afeto potencial
Pensar rasga o planeta
Construir um mundo sem amarras
Artistar a vida em movimento
Viver os devires-deleuzianos
Por uma vida de insubmissões
Quebrar modelos preestabelecidos
Libertar-se de todos os clichês
Sepultar os pensamentos caducos
Artistar a existência até o seu fim

Tânia Marques 03/01/2010
Revisado em 17/05/2019

Fonte de inspiração:
Leitura: A Filosofia da Diferença -Gilles Deleuze
Fonte da imagem:
noboteco.wordpress.com/2009/02/

Pensamento:
"Os modos de vida inspiram maneiras de pensar, 
os modos de pensar criam maneiras de viver." 
Gilles Deleuze

domingo, 4 de abril de 2010

I love my freedom!

Eu sou uma flor que nasceu sobre as pedras
Numa tarde de domingo de Carnaval
Eu sou poesia em forma de gente
Eu sou doida de faceira e de arteira também
Não vivo sem música
Vivo com arte
Eu sou potencialmente
uma escrevinhadora de textos
Eu sou uma leitora curiosa
uma sonhadora pragmática
Eu me tornei uma consciente libertária
Depois que conheci os estudos foucaultianos
e os outros filósofos da diferença
Fui hippie sem drogas
Revolucionária, sem armas.
Apaixonada,
um dia acreditei num porvir na França
Sempre fui, sou e serei da paz...
E do amor, gente!
Passei pelos anos 60, pelos 70, pelos 80
“sem me perder por aí”
Nos 90, aprendi a ser mãe
E, depois disso, a ser supermãe,
E, depois disso e disso,
a ser uma mãe “biotônica”, geração-saúde
Hoje continuo sendo mãe, mas sou
Uma mãe ALL STAR
Uma mãe piloto cibernético
Uma mãe da humanidade
que derrama lágrimas contra as injustiças sociais.
Eu acho graça no verão
Deprimo-me no inverno
Sonho com a primavera
Encontro o equilíbrio no outono
Eu por mim mesma:
inteligente
criativa
humilde
FORTE
guerreira
fraca
franca
sensível
Sou alguém em descoberta...
Que venham novos devires!

Tânia Marques 30/01/2010
Fonte da imagem: Meu arquivo pessoal.

máscaras: simulacros de vidas perfeitas

máscaras ocultam
as faces tristes
escondem os medos
simulam as exterioridades
abafam os gritos
esmorecem os gemidos
anulam os murmúrios
vedam os olhos
ofuscam as matizes da vida
alegorias do não-ser
máscaras somam
aos múltiplos eus
um eu-imaginário
falsificado pela aparência

Tânia Marques 12/05/2009

Fonte da imagem original:
Imagens Google (máscaras psicodélicas).

sou imagem poética

um passo, dois, três. caminho e a minha orientação ao andar é dada pelas imagens que produzem palavras sinestésicas. mas não me interessam as palavras agora, quero as imagens desterritorializadas da gramática impositiva, quero uma língua de imagens que me faça vibrar em outras intensidades. sou poesia, sou imagem poética, não sou profética, quero fugir do lugar-comum, quero apenas inventar um poema que me deixe passar livremente.

Tânia Marques 04/04/2010


Fonte da imagem original:
conscienciastral.blogspot.com/2009/07/caminha...

sábado, 3 de abril de 2010

a estética deleuzeana


e nascerá...
um sopro de inspiração consciente
uma vida numa antilógica burguesa
uma educação ético-estética que romperá
a primazia do “ter” sobre o “ser”
e seremos mais contemplativos
menos prisioneiros
mais arteiros
feiticeiros das palavras

e crescerão...
mil possibilidades da existência humana
a partir da sensibilidade e da criatividade,
destruindo a lógica capitalista:
excludente, fascista e fatidicamente cruel
perversamente “correta”
discursivamente autoritária
imperativamente linguística

e viverão...
hedonisticamente em comunhão
todos aqueles que lutarem
persistentemente pela libertação
das normas
das regras e das exceções
da sintaxe
das amarras do não-porvir
em nome da precisão

terão eles
teremos nós
o prazer de ler, o desejo de escrever e a vontade de registrar
tão belas, as sensações sentidas
tão caótica, a ordem celestial
tão feroz, a fuga da prisão gramatical

após partir para o infinito,
da vida como matéria
surgirão efeitos delirantes
para reinventar a linguagem
sem paradigmas articulados
sem frases feitas, sem minorias
sem limites sintáticos, sem maiorias
tudo isso, e tanto mais, em nome
de uma nova operação poética:
a estética deleuzeana

Tânia Marques  03 de abril de 2010

Fonte da imagem:

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